segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Saúde e Radiopatrulha atuam no combate à máfia dos 'papa-defuntos'



A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Companhia de Radiopatrulha da Polícia Militar, conseguiu prender em flagrante no último sábado, 26, o auxiliar de necrotério Marcos Barreto de Moura, 48 anos. Servidor público há 22 anos, o funcionário do Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), que trabalha na unidade há seis, é acusado de abordar familiares dos mortos e cobrar pela aplicação do formol, mesmo sem indicação médica, alegando a necessidade de conservação dos cadáveres.


 
A vítima mais recente foi Maria Rosemeiry Feitosa dos Santos. A avó dela morreu de parada cardiorrespiratória na quarta-feira, 23, e durante a liberação do corpo a diarista contou que foi aliciada por um homem identificado apenas como Dias, que rondava as imediações do necrotério e sugeriu a aplicação do produto químico.



Segundo a denunciante, toda a negociação foi compartilhada com o necroterista Marcos. "Eles disseram que o corpo da minha avó estava ‘podre’ e para que durasse mais tempo seria preciso injetar o líquido. Primeiro, foi feita uma cobrança no valor de R$ 300, mas como a nossa família não tem condições financeiras eles baixaram para R$ 100", relatou.


Ainda confusa com a perda de um ente querido, Rosemeiry concordou em desembolsar a quantia, desde que o pagamento fosse efetuado três dias após, quando teria o dinheiro. Desconfiada, a vítima procurou o serviço social que confirmou tratar-se ali de um golpe. O gerente de Segurança e Vigilância Patrimonial do Huse, José Carlos Ferreira também foi informado. “Conversamos com Rosemeiry e ela concordou em nos ajudar. Já vínhamos investigando o fato há cerca de um mês, mas não tínhamos provas concretas. A atuação da Radiopatrulha foi fundamental para que efetuássemos o flagrante”, explicou.


Prisão - No dia e hora marcados, a diarista se dirigiu ao necrotério do Huse acompanhada de um policial do serviço reservado da Radiopatrulha que se passou por um familiar de Rosemeiry. Depois de uma longa conversa com Marcos, no ato do pagamento, foi dada a voz de prisão. O auxiliar de necrotério acabou detido e encaminhado para a Delegacia Plantonista, onde ficou caracterizado o crime de corrupção passiva.



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